sexta-feira, 24 de junho de 2016

A História do meu Camaro 69



Parte 1



Desde criança que sou fã dos automóveis especialmente os modelos norte-americanos que via nos filmes e seriados de TV. Dentre eles a marca Chevrolet sempre me chamou mais a atenção. Inicialmente eu queria uma Caravan Diplomata Preta mas com o passar dos anos fui conhecendo melhor os carros e o Camaro passou a ser o meu preferido.



Passei a colecionar e pesquisar sobre o Camaro desde revistas, livros, artigos em jornais, filmes, jogos de computador e miniaturas. Tenho por hobby o plastimodelismo (construir e recriar miniaturas a partir de kits moldados em plástico) e já montei diversas miniatura.



O Camaro é um ícone americano que nasceu nos anos 60 na era de ouro dos muscle cars para concorrer com o Ford Mustang. Com seus potentes motores V8 que chegavam a mais de 400 cavalos em algumas versões conquistou uma legião de fãs em todo mundo. Contudo, não era muito conhecido no Brasil pela população em geral mas com o advento do filme “Transformers”, a importação oficial da General Motors Brasil e principalmente pela musica “Camaro Amarelo” da dupla Mariano e Munoz, a fama cresceu assustadoramente.






O Camaro foi produzido de 1966 a 2002 (depois relançado em 2009). Coincidência ou não foi em setembro de 2002 que comecei a procurar um para adquirir. O dinheiro era curto e as opções também. Não existiam muitos veículos disponíveis ainda mais da primeira geração (1967-9). As buscas foram em lojas de carros antigos, indicações de amigos, anúncios em jornais e na internet e após seis meses encontrei um Camaro 1969 em Brasília.




Não perdi tempo e entrei em contato com o proprietário e no mesmo dia peguei um ônibus para Brasília. Chegando lá não tive duvidas que iria comprar o carro e o negocio foi fechado na hora. O Camaro estava encostado em um lote vago, completamente tomado de poeira, muito mal cuidado, pneus carecas, motor fumando, transmissão vazando, interior sofrível, para-brisa quebrado, escapamento furado, tanque de combustível de gol!!, direção travada, suspensão estourada, documentação enrolada, varias mossas na carroceria, furos no piso, e pintura queimada... não tinha nem a chave e a partida era acionada por um interruptor de lâmpada residencial!

 
Como não tinha condições de trafegar, foi transportado por caminhão chegando a Belo Horizonte alguns dias depois. Restaurar um veículo antigo não é tarefa fácil! Componentes no Brasil são escassos e bem caros. Contudo nos EUA existem lojas e sites especializados em cada modelo. Os americanos valorizam e cuidam dos seus carros. Tive a sorte pois tenho um grande amigo na Florida, o Luiz Henrique, que me ajudou muito enviando as peças para mim. Se não fosse ele a restauração iria demorar bem mais.



Mas a verdade é que tudo é difícil, demorado, complicado, o governo taxa as peças de carros antigos sem dó e não há mão de obra qualificada. Com poucos recursos financeiros temos que fazer aos poucos. As pessoas acham que quem tem carro antigo é rico! Mas não é essa a verdade. A maioria não é colecionador, tem apenas um modelo cuidando dele com muito carinho e amor. O carro passa a ser um mais que um patrimônio e torna-se um membro da família.